A Praça Aldeã

Conforme disse, de vez enquando, vou postando alguns dos poemas feitos por um anonymous Amigo... E em bem da verdade se diga que deixou de ser anonymous e passou a ser um Amigo Ladino...
Na minha aldeia existe uma praça.
Nela, desaguam todas as ruas e,
Por lá passa um povo triste…
Sob o olhar do velho António,
Viúvo da vida e do resto.
Tantos anos sem sol que se veja
Por entre nuvens de amarguras,
Contidas nos grãos do trigo tombado
Com suor e lágrimas de saudade…
A companheira de tantos curtos anos,
Sucumbiu aos pulmões de pó.
Tantas lembranças junto daquela lareira…
Pensamentos de chamas da vida contida,
e… agora, tudo se apagou!
O António não aguenta mais…
Um dia destes, vai no encalço da companheira.
A luta vai terminar… como tudo o que começa.
3 Comments:
Ao ler este poema não pude de deixar de me lembrar dos meus Avós... tantas vezes ouvi o meu avô dizer: Quando é que vou para junto delaO será que é hoje?
Alguém, nunca vivi essa experiência de todo... O meu único avô de algum modo conseguiu sobreviver, com a ajuda da neta aqui, na altura com 7 meses... E viveu até aos meus 12 anos... Pouco tempo para mim...
Momentos, o meu avô viveu até aos meus 18 anos, mas desde os 12 que o ouvia dizer sempre estas frases...Mas aprendi muito com ele, aprendi o que era companheirismo :-)
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