sábado, janeiro 27, 2007

Obrigado meu menino...

Recebi de um amigo... Para pensar...
"Entrei apressado e com alguma fome no restaurante. Escolhi uma mesa bem afastada do movimento, porque queria aproveitar os poucos minutos que dispunha naquele dia, para comer e finalizar alguns trabalhos de programação no computador.
Pedi um peixe grelhado com batatas a murro, uma salada de alface, tomate e cebola, uma taça de vinho maduro tinto e um creme de leite torrado como sobremesa.
Abri o meu portátil e apanhei um susto com uma voz baixinha atrás de mim:
- Senhor, não tem uma moedinha?
- Não tenho, menino.
- Só uma moedinha para comprar um pão.
- Está bem, eu compro um.Continuo a trabalhar distraído, sem me dar conta que o menino continuava firme, de pé, ali a meu lado esperando o cumprimento da oferenda.
- Senhor, pessa para colocar manteiga e queijo por favor. Só nessa altura me dou conta que o menino tinha ficado ali.
- Ok. Vou pedir, mas depois deixas-me trabalhar, estou muito ocupado, está bem?
Chega a minha refeição e faço o pedido do menino. O empregado pergunta-me se quero que mande o menino embora, mas a voz e o peso na consciência, impedem-me de o fazer.
Não, está tudo bem, deixe-o ficar.Traga o pão e, mais uma refeição decente para ele.
Então o menino sentou-se à minha frente e perguntou:
- Senhor, o que está fazer?
- Estou a ler um Wondermail.
- O que é um Wondermail?
- São mensagens electrónicas e automáticas mandadas por pessoas via Internet (sabia que ele não ia entender nada, mas, a título de livrar-me de questionários desses, respondi):
É como se fosse uma carta, electrónica e automática que é enviada via Internet.
- Senhor, você tem Internet?
- Tenho sim, essencial no mundo de hoje.
- O que é Internet?
- É um local no computador, onde podemos ver e ouvir muitas coisas, notícias, músicas, conhecer pessoas, ler, escrever, sonhar, trabalhar e aprender. Tem de tudo no mundo virtual.
- E o que é virtual?
Resolvo dar uma explicação simplificada, sabendo com certeza que ele pouco ou nada ia entender e assim, deixar-me-ia almoçar.
- Virtual é um local que imaginamos, algo que não podemos tocar, apanhar, pegar... é lá que criamos um monte de coisas que gostaríamos de fazer.Criamos as nossas fantasias, transformamos o mundo em quase tudo como queríamos que ele fosse.
- Que bom isso. Gostei! Menino, entendeste o significado da palavra virtual?
- Sim meu senhor, também vivo neste mundo virtual.
- Tens computador?! - Exclamo eu!!!
- Não, mas o meu mundo também é vivido dessa maneira... virtual.A minha mãe fica todo dia fora de casa, chega muito tarde, quase não a vejo, enquanto eu fico a cuidar do meu irmão pequeno que vive a chorar de fome e eu dou-lhe água para ele pensar que é sopa, a minha irmã mais velha sai todo o dia também, diz que vai vender o corpo, mas eu não entendo nada, porque ela volta sempre com o corpo, o meu pai está na cadeia há muito tempo, mas imagino sempre a nossa família toda junta em casa, muita comida, muitos brinquedos de natal e eu a estudar na escola para vir a ser um médico um dia.
Isto é virtual, não é senhor???
Fechei o portátil, mas não fui a tempo de impedir que as lágrimas caíssem sobre o teclado.Esperei que o menino acabasse de "devorar" literalmente o prato dele, paguei, e dei-lhe o troco, que me retribuiu com um dos mais belos e sinceros sorrisos que já recebi na vida e com um: "Brigado senhor, você é muito bom!".
Alí, naquele instante, tive a maior prova do virtualismo insensato em que vivemos todos os dias, distraídos da realidade cruel que nos rodeia, fazendo de conta que essa verdade a nosso lado não existe e se sabemos que existe…acobardadamente a ignoramos, ou então… não percebemos!"

quarta-feira, janeiro 17, 2007

Crime e Aborto...

O texto que se segue foi tirado do jornal metro de 15 de janeiro...
Eu costumo dizer que a maldade está nos olhos de quem a vê e não de quem a faz...
Neste caso e em relação ao aborto, eu digo que o crime está nos olhos de quem o vê e não em quem o faz...
"Crime é condenar seres humanos a viver num planeta que nós desbaratamos, crime é obrigar os filhos a viver sem recursos naturais, crime é oferecê-los como escravos e máquinas de consumo aos novos senhores do mundo, crime é tirar o direito às crianças de amanhã brincar ao sol, de nadar num ribeiro, de ver um panda, de comer alimentos naturais, de beber água da nascente, de ter um clima previsível, crime é hipotecar-lhes todo o futuro, tirar-lhes as reformas, obrigá-los a trabalhar com menos direitos do que os nossos avós, crime é enviá-los para guerras que nós criamos, crime é continuar a condenar dois terços deles a viver na mais absoluta miséria (...)" David Cordeiro

sexta-feira, janeiro 12, 2007

Perguntaram ao Dai Lama...


"O que mais te surpreende na humanidade?"
E ele respondeu:
"Os homens... Porque perdem a saúde para juntar dinheiro, depois perdem o dinheiro para recuperar a saúde.
E por pensarem ansiosamente no futuro, esquecem do presente de tal forma que acabam por não viver nem o presente nem o futuro.
E vivem como se nunca fossem morrer....
...e morrem como se nunca tivessem vivido"

domingo, janeiro 07, 2007

Soneto às lágrimas...

"Lágrimas que escorrem,
Tristeza que não vai embora,
Não sei o que me acontece,
Mas estou assim agora.

Meu mundo não tem sentido,
Sinto-me desnorteada,
Não tenho mais abrigo,
A lua me deixa acordada.

Músicas ecoam ao ambiente,
As lágrimas teimam e caem,
E você não está presente.

Sinto um vazio no peito,
E as lágrimas caem sem jeito.
Sentimentos e lágrimas assim."