sexta-feira, outubro 21, 2005

Ainda as minhas nostalgias...

Como ainda estou de férias, tenho feito uns passeios por essa grande Lisboa... Uma lisboa que eu conheço bem, uma Lisboa que faz parte de um passado... um passado onde me realizei profissionalmente, um empresa multinacional, com uma organização bem criada, bem formada... A casa-mãe era finlandesa, o seu director aqui em Portugal, um sueco, e por esta pequena amostra dá para perceber o ambiente que se vivia nessa empresa... Um dia, esta empresa foi vendida aos espanhois... A casa mãe não tinha dinheiro para nos continuar a sustentar por que o seu maior cliente, a União Soviética, se tinha desmembrado... Espanha à vista e a empresa foi caindo, caindo, apesar dos bons clientes que tinhamos, Soporcel e Portucel... mas não chegou... Os espanhois não souberam gerir, e na verdade pouco se importavam com o que se passava em Portugal... Para eles, eramos uma filialzita de beira de esquina... O resultado foi evidente... Engenheiros de várias nacionalidaes transferidos para outros países... os portugueses foram-se aguentado até cada um de nós ir saindo à vez... eu incluída... A porta na Av. Gago Coutinho, vulgo Av. do Aeroporto,acabou sendo fechada por um director de recursos humanos que nos últimos meses fazia e praticava todas as hierarquias (de porteiro a director geral)... Anos passados, e retornando à mesma avenida, me deu um nó na garganta, ao ver a moradia que foi a minha sede, a moradia onde trabalhei dias e noites a fio, completamente abandonada, cheia de tapais, como que insinuando que obras irão ser feitas... Não consegui de deixar escapar uma lágrima de saudade... e em menos de 5 minutos eu revivi os dois anos que lá trabalhei, arriscando a dizer que sem dúvida, foram os meus melhores anos de trabalho, de realização profisssional e pessoal...

6 Comments:

Anonymous Anónimo said...

Pois é...e volvidos tantos anos estamos na mesma ou pior...empresas cada vez mais a fechar e ainda por cima a grande maior parte são portuguesas

sexta-feira, outubro 21, 2005 1:08:00 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

... será, a nostalgia, uma forma de egoísmo?...

sexta-feira, outubro 21, 2005 3:04:00 da tarde  
Blogger Momentos said...

Ladino, por vezes pode ser sim, quando se usa a nostalgia para atingir fins... quando se usa nostalgia com alguma emoção, com carinho, serve para mais tarde recordar... e recordar é sempre bom...

sexta-feira, outubro 21, 2005 10:20:00 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

NOSTALGIAS

...mesmo breves, quem as não tem?
Antigas, recentes e mal arrumadas.
Ahhh... as desalinhadas aqui estão
ainda nuas e cruas com condimentos,
falta o de tempo que as tempere.
Permanecem sobre areias e pedras
de um mar que beija uma ribeira
por onde desaguou uma barca
de duendes e soldados derrotados.
Lembras essas horas de batalha?
Era a guerra santa do sublime,
da fresca e calma brisa marinha
desaguando entre margens e cascos.
E lá fomos nós em barca de sonho
até sei lá onde por onde andámos
e nos perdemos num regresso
num mar agitado de espuma marinha,
de maresia e pedrinhas, multicores.
Quem nos calará senão o coração?
Quem proíbe que recordemos?
Que nos faz reviver cada Primavera?
Ninguém... porque ainda amamos,
Simplesmente a nostalgia...



(Ladino. 6 horas desta madrugada)

segunda-feira, outubro 24, 2005 6:11:00 da manhã  
Anonymous Anónimo said...

... e fico calado... para não estragar o que escrevi.*

segunda-feira, outubro 24, 2005 6:23:00 da manhã  
Blogger Momentos said...

Ladino**

segunda-feira, outubro 24, 2005 9:28:00 da manhã  

Enviar um comentário

<< Home