quarta-feira, outubro 05, 2005

E fui à feira
















Aqui está a continuação do dia do F., desta vez já na feira...

À noite fui á Feira!

O F. e os irmãos estavam super excitados…
Às tantas, já na Feira dei por mim a ver o F. a andar de carrossel, contente, sorridente, feliz. O mano não quis. Não acha muita piada aos divertimentos e diz que é muita confusão. Está sempre atento ao F., não vá ele levantar-se e cair. A mana, essa, já quer mesmo é estar com os amigos e divertir-se. Está a aprender a ser Mulher…
Nisto, dou por mim a observar as outras mães…todas sorriem com as “habilidades” dos filhos e estes correspondem (como o F.) olhando para elas com um grande sorriso na cara.
Entretanto, passamos para os carrinhos de choque para os pequenos.
O F. quis ir…mas só sabia que tinha que rodar o volante. Lá lhe ensinei que quando ouvisse uma campainha tinha que colocar a ficha na ranhura, tudo bem até aí…Tocou a campainha, o F. meteu a ficha mas o carro não andava…
Gritei para ele: “Carrega no pedal! “
Ele olhou, viu, carregou e lá andou o carro…Cada vez que paravam os carros, o F., com as suas mãozitas pequenitas, acenava-me e gritava: “Vá depressa, outra antes que toque!”
Pois é…o F. tinha na memória que se rodam os volantes dos carros, faltavam-lhe outras referências para poder andar com o carro. Instintivamente ensinei-lhas…Não pude deixar de associar estas aprendizagens que o F. fez na Feira através das que tinha na memória e das referências que lhe fui dando, com as da Escola que a Prof. não lhe soube dar….

De repente voltei-me para as minhas memórias…
Também eu quando era da idade do F. vinha à Feira com os meus pais e também a mim, instintivamente eles me ensinaram a andar nestes divertimentos.
Mas a Feira das minhas memórias já não era esta…
Na “minha” Feira o chão era de terra batida, as musicas dos carroceis eram as da Heidi ou dos Vikings, as barracas eram mesmo barracas. Agora o chão é de calçada, as musicas são as das discotecas e as barracas são Stands…
As referências da “minha” Feira já não vão ser as mesmas das do F.
Mas pasmei ainda quando de repente, o F, gritou: “ Mãe quero ir ao parque infantil!”
Aí, sou sincera: nem memórias nem referências…fiquei sem saber o que fazer…Na “minha” Feira não havia parque infantil!
Mas nesta há…e o F. sabia…
No final deste dia, repleto de emoções pensei para mim:

Deixei de ter bebes…
Já estão todos na Escola, começam agora a aprender a viver neste mundo, o dos adultos, com todas as regras que eles desconhecem e que temos que ser nós a ensinar-lhes e a dar-lhes as memórias e referências para que eles as possam transformar e adaptar para melhor nele viverem.

Não há dúvida, temos que ter memórias para termos referências para podermos viver!