quarta-feira, outubro 05, 2005

Gare do Adeus



Eu tenho uma amiga... Sim, porque eu tenho amigos e amigas... Mas esta Amiga tem um dom especial... Apesar de dizer que "anda sempre na lua", para mim anda sempre com os pés bem assentes na terra... E na hora da verdade, sabe-me dizer a palavra certa, que nem sempre é a que eu quero ou que não me dá jeito ouvir... Mas é exactamente por isso, que eu gosto dela... Um dia, não há muito tempo, entrei de mansinho no messenger e disse-lhe que não estava bem... Ela, de seu nick Tulipa, pediu-me que tivesse calma e que fosse ler um texto numa página dela escrito em Abril deste ano... E eu, rapariga bem mandada fui... Já com a cara bem lavada pelas lágrimas que teimavam correr pelo meu rosto... Li... Voltei a ler... E a reler... Entendi tão bem a mensagem que a Tulipa me estava a dar... Nesse mesmo dia (noite dentro), resolvi que ia fazer uma viagem... E fiz... O destino era a Vida... Vou deixar aqui esse texto, para que outras pessoas possam fazer essa viagem sem medos e sim com a certeza que vale a pena fazer essa viagem... A ti, minha amiga Tulipa fica a gratidão das tuas palavras....
Gare do Adeus

Estou na gare do adeus.

Os comboios param para eu entrar. São confortáveis, modernos, acolhedores, vão carregados com surpresas, as pessoas conversam, sorriem, cantam.

Não entro, a minha alma grita que a partida é inevitável, mas o coração recusa-se a sentir.

A memória é aliada do coração. Mostra o filme do meu sonho, tão curtinho, tão pequenino, mas tão forte.

Ouço os carris a estremecer, tenho que ir.

Os bancos estão novos, sou a única passageira. A música que ouço é-me familiar “souls in ecstasy”. O quanto falta à minha alma para atingir esse estado. Gostava de saber o destino que leva este comboio, mas a quem perguntar se estou sozinha?...

O coração acedeu e abraçou-se à minha alma. Era ilusória a sensação de vazio no comboio, afinal estamos três. Eu e os meus suportes celestiais (coração e alma).

Os meus olhos procuram tudo e vêm o nada que há. As mãos estão geladas e estilhaçam a chuva miudinha que insiste em não me largar a face.

Algo se mexe…é o comboio…em movimento…

Para onde irei? Ainda pensei em saltar da janela, assim evitava a viagem só de ida.

Vou espreitar um ecrã azul lá no fundo da carruagem. Ler sempre foi um prazer, mas agora é-me difícil juntar as letras.

Que letras tão sem sentido estão aqui para eu as ler:

Adeus meu amor.

Paragens: tristeza, serenidade, sorrisos, amor, desamor, alegria, felicidade, harmonia, e mais algumas que não constam do itinerário.

Destino: A MINHA VIDA

Tulipa, 17 de Abril de 2005

4 Comments:

Anonymous Anónimo said...

Olá sou a tulipa que da carruagem responde:continuo em viagem,sei q o destino é a minha vida,mas entretanto vou saboreando os apeadeiros,,as paragens restabelecedoras...os meus olhos já têm de novo o prazer da leitura.a musica de fundo agora é "hearts of the future"saltitando com a "Gloria eterena" mas a que me faz voar é a "in the arms of an Angel".Fico agradecida à vida se com umas letras sentidas,toquei no teu o coração.
um kiss da tulipa,vulgo isabel :)*

quarta-feira, outubro 05, 2005 12:22:00 da tarde  
Blogger Momentos said...

Tocaste sim, Amiga... e estou contigo nessa carruagem... saboreando também todos os apeadeiros... :)))))********

quarta-feira, outubro 05, 2005 12:34:00 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

Queria muito poder comentar...sentir eu senti, agr verbalizar...
Mas desde que sinta já é bom não é?
Um beijo ás duas.

quarta-feira, outubro 05, 2005 8:22:00 da tarde  
Blogger Momentos said...

Tretas, tu sabes verbalizar, e como sabes... mas verbalizar que se sentiu, já é um começo...:)))

quarta-feira, outubro 05, 2005 9:41:00 da tarde  

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