quinta-feira, dezembro 29, 2005

Felicidade...

















Tenho um amigo, um grande, grande, grande amigo (daqueles que são indescritíveis) que está hiper mega super feliz.
Ontem de manhã telefonou-me.
“Tu nem vais acreditar! É que não vais mesmo! Passei à reserva!”
E nisto começa numa conversa (ou monólogo, já nem sei), a dizer-me montes de coisas (metade nem percebi, tal era a velocidade das palavras). Acabei por lhe dizer (quando consegui) que falávamos melhor à noite.

Chegando a hora pedi-lhe que me contasse tudo, mas devagar… (Achei que lhe ia dar uma coisinha má com tanta emoção).
Lá me disse que sempre tinha passado à reserva, que agora é que se ia sentir bem, que agora é que ia por em prática tudo o que tinha sonhado fazer…
De repente começa:
“Lembras-te quando estava no Canadá o que me aconteceu, lembras-te?”
“E quando fui para o Brasil?”
“E quando…”
“Bolas, sofri muito, só eu sei o quanto sofri, mas agora acabou!”
Lá me começou a desfiar todos os planos que tinha (uns já conhecia, há 3 meses que ouvia isto), ao mesmo tempo que ia fazendo o balanço de uma vida.
E por aí continuou, sem me dar qualquer chance de dizer fosse o que fosse.
Eu bem tentava, parecia um peixinho a abrir e a fechar a boca para dizer alguma coisa, mas sem sucesso.
Desisti. Fiquei a ouvir e a uma pergunta dele eu respondia: “hum, hum”.
Até que lhe perguntei: “ já foste comemorar?”
“Já, fui ao Central”
“Ai sim? E quantos eram?” Perguntei.
“Dez, acho eu”
Pensei para comigo: ”Ok, 10, uma rodada a cada um…bem, não há hipótese, só vou poder ouvir” e sorri para mim mesma.
Continuou naquilo, nos projectos, balanços e ás tantas diz: “ O ordenado vai diminuir um pouco, mas eu arranjo outra coisa e depois tenho ainda o PPR, e se me acontecer alguma coisa tenho ainda o seguro de vida”.
Às tantas só o oiço dizer: “ Xim Senhor, xim senhor, xim senhor”.
Naquela altura achei mesmo que lhe tinha dado mesmo uma coisinha má.
Até que ele me diz: “Acabou! Já não tenho que acatar ordens!”
Fiquei mais aliviada…estava a caricaturar.
Não pude deixar de dar uma grande gargalhada. Estava a gostar de o ouvir (mesmo sem poder opinar) tanta era a sua felicidade.
Quando consciencializou o que estava a acontecer, perguntou-me: “ Então e o que te disse o médico? Conta-me como foi o filme que foste ver.”
Sorri-lhe e disse-lhe: “ Não me parece que agora isso seja importante”.
“Está bem”, disse-me ele, “mas está tudo bem contigo?”
Dei uma gargalhada e disse-lhe: “ Podes ficar descansado, o médico diz que ainda tenho umas horitas para estar contigo.”
Sentei-me ao lado dele, abraçei-o e perguntei-lhe: “Estás feliz?”
“Estou, muito, mas o ordenado…vêm aí tempos difíceis”.
“Não faz mal”, respondi, “ para o bom e para o mau, lembras-te?” e dei-lhe um beijo.
Já várias vezes o vi muito feliz, mas ontem parecia que estava leve, livre, parecia uma criança que estava a descobrir pela primeira vez as coisas boas da vida.
Este meu amigo, grande, grande, grande, amigo é……………meu marido ;-)

2 Comments:

Blogger Momentos said...

Pois é Amiga, felicidade é isso mesmo... O libertar de uma situação que já não queremos mais para nós... Beijus nos dois:-))

sexta-feira, dezembro 30, 2005 10:02:00 da manhã  
Blogger Tretas said...

Sim e partir para outra :-) Bigada*

sexta-feira, dezembro 30, 2005 11:10:00 da tarde  

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