quarta-feira, novembro 02, 2005

Leal da Camara

A propósito de uma conversa com uma Amiga sobre saloios e "esperteza saloia", lembrei que nas minhas recentes andanças pela capital que visitei uma casa museu na Rinchoa de Leal da Camara... Deixo Aqui um historial dele e convido a irem ver a casa museu que vale bem a pena... Não só pela sua beleza como pela sua conservação... Aqueles jardins... Lindos!
" Casa-Museu de Leal da Câmara está instalada na moradia onde Mestre Leal da Câmara viveu desde 1930 até à sua morte, ocorrida em 1948. O edifício fora outrora pertença de Sebastião José de Carvalho e Melo, Marquês de Pombal, detendo nessa altura a função de entreposto de muda de cavalos situado entre a Quinta da Granja do Marquês (Terrugem, Sintra) e o Palácio de Oeiras. No século XIX funcionou como Hospital de Campanha das tropas portuguesas durante as Invasões Francesas. Incorporada na Câmara Municipal de Sintra em 1965, por morte da doadora e viúva do Mestre, desde essa data a Casa-Museu vem prestando à população um serviço cultural único onde se evidenciam as vivências do artista.O edifício onde está sedeado o Núcleo dos Saloios da Casa-Museu de Leal da Câmara deve o seu projecto, primeiro, a Jorge Segurado que, em 1919, concebe um imóvel para albergar o Museu Etnográfico Português a implantar na Flandres, e depois a Leal da Câmara que o remodela como Escola Primária. Desde 21 de Julho de 2003 funciona ali um espaço onde se exibem as colecções saloias do artista. "
"Colecções / Patrimónios
Pintura, mobiliário, caricatura, desenho, tecidos, cerâmica. Arquivo fotográfico e de correspondência e documentação. Azulejos. "
"De seu nome completo Tomás Leal da Câmara, nasceu em Pangim, na Índia, em 30 de Novembro de 1876, e faleceu na Rinchoa, perto de Sintra, em 21 de Julho de 1948.Tendo chegado a Lisboa com apenas quatro anos, veio a revelar, logo nos tempos de estudante, inclinações para o desenho, principalmente para a caricatura.Frequentou o Instituto de Agronomia e Medicina Veterinária, que abandonou em 1896 para se dedicar à defesa dos seus ideais republicanos.Como caricaturista colaborou em vários jornais ( O Inferno - Jornal de Arte e Crítica, A Marselhesa, A Corja e O Diabo); a sua colaboração nestes três últimos jornais, com críticas violentas à Monarquia e à Igreja, provocou a suspensão da sua publicação. Devido à sua tendência satírica foi considerado inimigo da instituição monárquica e forçado a exilar-se primeiro em Madrid e depois em Paris - onde se fixou a partir de 1900, colaborando no grande jornal de caricaturas L'Assiette au Beurre - e finalmente na Bélgica, vindo a tornar-se famoso a nível europeu. Depois da revolução republicana de 5 de Outubro de 1910 pôde finalmente regressar a Portugal, fixando-se no Porto. Fez uma exposição individual das suas obras em Lisboa, em 1912. Em 1915 tornou-se animador de um grupo de artistas - Os Fantasistas, e em 1917 organizou uma exposição modernista sobre o tema «Arte e Guerra».Esteve no Brasil em 1922 e, de volta a Portugal, dedicou-se também a representar, em famosos desenhos e aguarelas, figuras populares da zona saloia.Ilustrou os contos para crianças de Ana de Castro Osório, o que lhe terá despertado o interesse pelos assuntos infantis - que se manifestou na decoração de escolas, nomeadamente para os Jardins-Escola João de Deus."