Construa-me uma ponte
Há duas semanas recebi um pedido para "fazer acompanhamento" a um bebé (2 anos) com Autismo.
Esta problemática só recentemente tem sido mais estudada e, aparentemente, "resolveu aparecer" com mais frequência nestes últimos anos. Docentes e Pais sentem-se "perdidos" perante uma criança com autismo. Como educar? O que fazer? É igual aos outros? Não se quer sentar, obrigo-o? Quando se abana, que faço?...
Estas são as perguntas mais frequentes que fazemos. Foi com estas, também, que a Educadora e Pais do Zé me "assaltaram". Lá expliquei no que consistia esta problemática e "despejei" tudo o que sabia sobre comportamentos e relações que uma criança autista estabelece.
No fim, lembrei-me de um poema escrito por um jovem autista, mostrei-lhes, achei que lhes daria uma nova perspectiva do síndrome.
Deixo-o aqui também, quem sabe não ajudará alguém?
Construa-me uma ponte
Eu sei que você e eu
Nunca fomos iguais.
E eu costumava olhar para as estrelas á noite
E queria saber de qual delas eu vim.
Porque eu pareço ser parte de outro mundo
E eu nunca saberei do que ele é feito.
A não ser que você me construa uma ponte, construa-me uma ponte,
Construa-me uma ponte de amor.
Eu quero muito ser bem sucedido.
E tudo o que preciso é ter uma ponte,
Uma ponte construída de mim até você.
E eu estarei junto a você para sempre,
Nada poderá nos separar.
Se você me construir uma ponte, uma pequenina ponte, minúscula ponte
De minha alma, para o fundo de seu coração.
McKean
Autista, 28 anos, escritor
Esta problemática só recentemente tem sido mais estudada e, aparentemente, "resolveu aparecer" com mais frequência nestes últimos anos. Docentes e Pais sentem-se "perdidos" perante uma criança com autismo. Como educar? O que fazer? É igual aos outros? Não se quer sentar, obrigo-o? Quando se abana, que faço?...
Estas são as perguntas mais frequentes que fazemos. Foi com estas, também, que a Educadora e Pais do Zé me "assaltaram". Lá expliquei no que consistia esta problemática e "despejei" tudo o que sabia sobre comportamentos e relações que uma criança autista estabelece.
No fim, lembrei-me de um poema escrito por um jovem autista, mostrei-lhes, achei que lhes daria uma nova perspectiva do síndrome.
Deixo-o aqui também, quem sabe não ajudará alguém?
Construa-me uma ponte
Eu sei que você e eu
Nunca fomos iguais.
E eu costumava olhar para as estrelas á noite
E queria saber de qual delas eu vim.
Porque eu pareço ser parte de outro mundo
E eu nunca saberei do que ele é feito.
A não ser que você me construa uma ponte, construa-me uma ponte,
Construa-me uma ponte de amor.
Eu quero muito ser bem sucedido.
E tudo o que preciso é ter uma ponte,
Uma ponte construída de mim até você.
E eu estarei junto a você para sempre,
Nada poderá nos separar.
Se você me construir uma ponte, uma pequenina ponte, minúscula ponte
De minha alma, para o fundo de seu coração.
McKean
Autista, 28 anos, escritor
38 Comments:
Como é dificil para as pessoas autistas construirem essa ponte, mas nos professores precisamos ajudar na construção desta pequena ponte todos os dias ao lado de nossos alunos. Um mundo diferente, porem um mundo especial.
Todos nos precisamos fazer parte do mundo do outro.
Criar essa ponte e ter conexão e vínculo entre professor e aluno com deficiência é primordial para uma educação inclusiva respeitosa.
Como construir essa ponte que envolve tantos sentimentos mas o mais importante é quanto de amor colocamos e assim a ponte se constrói muito sólida.
Sei que a construção de pontes é importante no desenvolvimento do aluno autista, o mais difícil é alcançar seu pensamento, uma vez feito isso cria-se uma confiança entre as partes e ai sim, o sucesso no aprendizado.
A construção da ponte com a criança com TEA apresentada no poema na forma de metáfora se refere ao estabelecimento de vínculo, a mediação a oferta de estímulos adequados que possibilite sua capacidade de aprender a ser e aprender a conviver. Nesse processo a parceria com a família e profissionais da saúde se torna imprescindível para os avanços da criança.
Importante a construção de uma ponte em nós professores, familiares para acolher e respeitar essa criança/estudante, filho sobrinho que traz uma condição, não somente pelo autismo, mas por qualquer situação. Em seguida, conseguiremso acolher tal sujeito e conduzi-lo.
O autista vê o mundo diferenciado, nós profissionais da área devemos encontrar caminhos que permitirá diálogos enriquecedores e de valor para construir pontes sólidas para que o mesmo enxergue o mundo com mais leveza.
O autismo tem um olhar diferente do nosso, é incrível observar e aprender com eles,com uma visão a respeito do autismo, percebemos que o autista tem um olhar peculiar ao nosso, quando nos permitimos conhece-lo, observamos o quanto precisamos aprender a partir de coisas simples vivenciadas no dia- a dia no contexto escolar ou não. Faz se necessário construir pontes através das nossas conexões de mundo tão distintos para ajudarmos ele vê o mundo com mais leveza.
Nesse mundo em que o autor se refere e clama em pedir uma ponte como vínculo entre mundos diferente, é preciso usar não só o profissionalismo, como a sensibilidade e respeito para contribuirmos juntos essa "ponte" de muitas possibilidades.
A construção da ponte mencionada no poema só será possível se, primeiramente, pudermos enxergar a pessoa para além de sua deficiência. Isto nos permitirá enxergar suas potencialidades e entender que, a partir daí, teremos o ponto de partida para que nossa atuação tenha um sentido real com respeito e amor ao estabelecer vínculo com o outro de forma significativa.
Acho que precisamos construir várias pontes, infinitas, uma para cada espectro.
E preciso enxergar a especificidade da criança, compreender suas limitações e buscar estratégias para se comunicar e criar laços afetivos com o mesmo.
Pensando na construção de uma ponte física que em determinado ponto, a base é alargada para sustentar melhor o alicerce, o tubulão é enchido com concreto e sobre ele se constrói um bloco, também de concreto, que servirá de base para os pilares de sustentação da parte plana da ponte – o chamado tabuleiro; assim devemos ser, mostrarmos o sustento, grandeza de alma, a o comprometimento incondicional com o nosso próximo, o nosso ao lado, o nosso distante.
O texto menciona a construção de uma ponte com relação ao TEA, isto só será possível se, primeiramente, pudermos enxergar a pessoa para além da sua deficiência. Enxergar suas potencialidades e respeitar suas limitações, a partir daí, teremos o ponto de partida para que nossa atuação tenha um sentido real com respeito e amor ao estabelecer vínculo com o outro de forma significativa.
Quando entendemos o autismo como uma condição é possível iniciarmos uma reflexão sobre a importância do respeito . O autista constrói seu mundo , onde as pontes necessárias são construídas por ele pelos caminhos que julga necessário. Pontes externas acredito até possível serem construídas, mas não dele para nós e sim do mundo até ele.
Este texto é de uma potencialidade singular! O mundo do autista não é tão diferente do nosso, o que o torna diferente é o nosso olhar...Somos carregados de preconceitos e dificilmente aceitamos o outro com comportamento diverso do nosso. O autismo, assim como outras deficiências, se tornam "desculpas" para tratarmos o outro de forma desumana, é uma maneira de não nos reconhecer como seres incapazes de traçar caminhos possíveis para viver em sociedade de forma respeitosa e igualitária.
Seria tão mais fácil se as pessoas se amassem e se respeitassem. um mundo mais empático seria a solução da maioria de nossos problemas. inclusive nas temáticas da educação especial.
Quando agente tem um aluno com autismo, independente do grau leve, moderado ou severo, se depara com um grande desafio que muita das vezes achamos que não somo capazes de lidar, mas quando é feito com amor e dedicação em prol daquela criança, a mesma nos mostra o caminho que devemos andar.
acredito que essa ponte deve ser construída na relação com o outro, identificando suas características e jeito de ser e comunicar com o mundo que são9 individuais e únicas, e assim vamos atravessando essa ponte juntos, nos respeitando em nossa individualidade e jeito de ser.
Para construir uma ponte com uma criança autista, em primeiro lugar a família deve conhecer e buscar ajuda com profissionais da área da saúde, em seguida entra o papel da escola com o objetivo de incluir e estimular a criança com suas especificidades, mais para isso o professor precisa exercer a empatia e atenção plena, fator determinante para a inclusão.
Estamos vivendo um novo momento na educação especial inclusiva onde precisamos desconstruir paradigmas e buscar meios que nos levem a construção de conceitos, técnicas, aprendizagem. No momento em que a família( primeiro grupo ), está aberta a essa nova fase do seu filho com TEA, começaremos a construir esta ponte, uma vez que para que esse elo seja efetivo precisaremos buscar profissionais na área educacional, multiprofissional e da saúde para fazer o acompanhamento e terapias que o ajudarão no seu processo de ensino aprendizagem, cognitivo, social, levando em conta que tudo parte do principio de amar uns aos outros.
Uma ponte de amor..
Vivemos em uma sociedade cheia de desafios, a pessoa diagnosticada com TEA precisa de empatia de todos que o cercam. O estimulo maior parte da família buscando meios para inserir na sociedade. Aline Nogueira
Para de construir uma ponte é preciso, primeiramente, que se olhe para o lugar , nesse caso, o lugar do outro, o seu lugar, a distancia que há de um para outro, o percurso que se há de fazer, o matérial que se há. É preciso olhar, mas olhar de ver, de querer chegar, de querer aproximar, Mas, nas pontes ainda permanecem as distancias, Elas são necessárias. Mas, penso que entre as pessoas, o melhor é estar juntos do outro e tbm permitir que esse outro se desloque para meu lugar, É preciso construir relações de afeto, de pertencimento, não só de transito. Acho que devemos construir um lugar , um tempo onde possamos estar juntos, convivendo, estabelecendo juntos. João Marden Lago.
Entender o outro e construir uma relação de respeito. Nós, professores somos essenciais para que essa ponte seja construída.
A ponte é construída com vários materiais, especialistas, profissionais da construção, administração, arquitetura, meio ambiente, saneamento etc...
Uma ponte não se constrói sozinha, sem material, sem reflexão...
Por isso, a construção da ponte é coletiva.
Ajudar na construção eleva a alegria em todos os sentidos.
Este comentário foi removido pelo autor.
A ponte é construída com vários envolvidos dentro de um coletivo, com uma equipe multidisciplinar. Na educação não construímos sozinhos. Se dá na nossa capacidade de estabelecer vínculos afetivos, da interação professor x aluno na sua melhor forma de amar. Na mediação e adaptação de conteúdos usando recursos tecnológicos e humanos que possibilitam e desafiam educadores a aprender a ser e aprender a conviver. Nesse processo a parceria com a família é indispensável. É preciso a empatia, a sintonia, o planejamento. A importancia de não estarmos sozinhos realça a necessidade da conexão.
Uma ponte bem construída possibilita uma passagem forte e segura, ter um envolvimento com um projeto desses, além de enriquecer nosso conhecimento com as dificuldades no percorrer do projeto, pois no fim dessa passagem, podemos perceber todo o caminho percorrido e dar olhos ao futuro, ou um novo projeto.
O termo ponte nos permite entender que o aluno da educação inclusiva necessita encontrar na família, sociedade e na escola essa ligação. Se construirmos pontes ao invés de muros teremos uma sociedade justa para todos.
ACREDITO SER IMPORTE SER ESSA PONTE QUE UNE O CONHECIMENTO COM O DESENVOLVIMENTO DOS NOSSOS PEQUENOS.
A escola deve estar previamente preparada para a adaptação de meios e recursos que promovam o sucesso dessas crianças. Tendo em conta as dificuldades do aluno autista, a escola na figura do professor devem fazer o possível e o impossível para construir pontes entre estas crianças, precisa-se abre as portas e criar elos que levem as criança a adentrar na ponte do conhecimento.
O texto relata a construção de uma ponte com relação ao TEA. E preciso enxergar a especificidade de cada criança, compreender suas limitações e buscar estratégias para se comunicar e criar afinidade. Quando se tem um aluno com autismo, independente do grau, se depara com um grande desafio, achamos que não somo capazes de trabalhar com intervenções para facilitar sua aprendizagem. Estamos vivendo um novo momento na educação especial inclusiva onde precisamos desconstruir paradigmas e buscar meios que nos levem a construção de técnicas pra uma aprendizagem bem sucedida.
Para construir uma ponte, não é necessário muito esforço. Indispensável é ter boa vontade de colocar os tijolos da compreensão e empatia, que conseguimos através de vivências significativas e disposição. A inclusão é possível, basta ações bem elaboradas, propostas reais e coragem para fazer diferente e de novo.
Através da leitura do texto podemos dizer que nosso papel como educadores é sermos a ponte entre a criança e o mundo. Nossa pratica pode ajudar a compreender e oportunizar situações onde se sinta aceita, valorizada e incluída na sociedade.
As pontes são as conexões que são feitas todos os dia com o aluno autista. Para que isso ocorra pedagogicamente é importante conquistar todos os dias o direito a interagir com esse educando, por isso trabalhar com autista pode ser difícil, contudo é muito gratificante quando as ponte estabelecidas se transforma em aprendizagem.
Adorei o texto! Meu objetivo de vida é ser construtora de pontes para que todos os meus alunos tenham livre acesso aos conhecimentos e ao mundo que nos cerca.
o texto no traz uma reflexão sobre a educação especial, para que tenhamos um olhar diferenciado e metodologia que alcance o aluno especial, de maneira que amplie seu conhecimento para que se sinta integrante da sociedade e melhore seu convívio social.
Rose dos santos
Enviar um comentário
<< Home